PENTE-FINO
EM APOSENTADORIAS
E PENSÕES
Servidores do Posto receberão bônus para analisar
benefícios que sejam suspeitos de irregularidades.
O governo
planeja enviar ao Congresso Nacional uma medida provisória criando um
pente-fino para todos os benefícios pagos pelo INSS. Para viabilizar a operação,
a MP criará o pagamento de um bônus de R$ 57,50 a técnicos e analistas do
seguro social que identificarem irregularidades em aposentadorias e pensões. O
modelo é parecido com o usado pela gestão anterior no pente-fino realizado nos
auxílios-doença e nas aposentadorias por invalidez pagos há mais de dois anos.
Desde 2016, os peritos médicos previdenciários estão recebendo R$ 60 por exame
extra realizado nos postos do INSS.
Até o dia 15
de dezembro de 2018, quase 1,2 milhão de perícias tinham sido realizadas no
pente-fino dos benefícios por incapacidade. Cerca de 651 mil segurados,
praticamente a metade dos que foram avaliados nos exames periciais, tiveram o
pagamento cortado. A economia com esses pagamentos foi de R$ 13,8 bilhões.
Segundo
pessoas que participaram da elaboração da MP, o bônus dos peritos será
prorrogado por mais um ano, o pente-fino dos benefícios por incapacidade será
estendido e a atuação dos médicos será ampliada. Eles trabalharão em ações
judiciais e revisões de BPC (Benefício de Prestação Continuado). As perícias do
pente-fino, que até então convocaram benefícios sem avaliação há mais de dois
anos, chegarão a segurados que recebem auxílio ou aposentadoria por invalidez
há mais de seis meses.
O governo
estima gastar R$ 56,9 milhões com o bônus aos técnicos e analistas
previdenciários. No ano passado, o INSS tentou viabilizar uma bonificação para
acelerar a análise de pedidos de benefícios e revisões e reduzir os gastos com
a correção monetária da espera, mas o dinheiro não foi liberado. Sempre que o
INSS leva mais de 45 dias para responder, o benefício quando concedido, é pago
corrigido pelo INPC. O governo calcula gastar R$ 600 milhões ao ano com a
correção. A expectativa do atual governo é que o incentivo à conclusão de
processos suspeitos gere economia mensal de R$ 188 milhões.
Mais rigor
nas concessões
O governo
planeja editar uma medida provisória para reduzir gastos previdenciários. O
foco principal desse trabalho será o combate a concessões realizadas
regularmente. Na prática, o governo quer criar um pente-fino sobre todos os
benefícios do INSS, como aposentadorias e pensões por morte.
Principais
pontos da medida
- Exigências
de novos documentos para comprovação de união estável em caso de pensão por
morte;
-
Endurecimento das análises dos benefícios por incapacidade (auxílio-doença e
aposentadoria por invalidez);
- Maior
rigor para concessão de benefícios assistenciais dentro do Loas, para
deficientes de baixa renda;
- Veto à
emissão de certidão de tempo de contribuição se o pagamento previdenciário não
tiver sido realizado;
- Mudança
nas regras de concessão do auxílio-reclusão;
- Pagamento
de bônus para servidores que descobrirem possíveis irregularidades em
benefícios;
-
Transformação da carreira de perito médico previdenciário em perito médico
federal.
- R$ 9,3
bilhões é quanto o governo espera economizar em 12 meses com a adoção das
medidas.
- 4,2% é
quanto esse valor representa do déficit da Previdência previsto para 2019.
Mudanças nos
benefícios
·
Aposentadorias
Proíbe a
emissão de certidão de tempo de contribuição para segurados individuais ou
especiais nos casos em que não houver pagamento previdenciário. Essa medida
visa o evitar cômputo desse tempo para fins de cálculo da aposentadoria, ampliando
o valor ou antecipando o benefício.
·
Pensão por morte
No caso de
união estável, passará a ser obrigatória a apresentação de prova documental
contemporânea da união e de dependência econômica. Hoje, o INSS exige apenas
comprovação de casamento ou união estável na data em que o segurado morreu, mas
sem explicitar que a prova seja atual.
Barrar a
inscrição na Previdência de segurados autônomos e facultativos já mortos. O
governo espera reduzir fraudes ao barrar provas apenas testemunhais ou com
documentos simulados.
Se houver
ação de reconhecimento de paternidade, o valor correspondente à pensão em
discussão na Justiça será depositado em conta separada até o resultado do
exame.
·
Auxílio-reclusão
A MP
estabelece carência de, do mínimo, 12 meses de contribuição para concessão do
benefício. Também passa a exigir aferição de baixa renda de acordo com a média
salarial. Será proibida a acumulação com outros benefícios.
Prevê a
criação de convênios com o sistema prisional para comprovação da reclusão
(hoje, cabe ao dependente apresentar ao INSS o alvará de soltura para o
cancelamento do benefício em caso de liberdade do preso).
47 mil é o
número de pessoas que recebem o auxílio-reclusão, cujo gasto equivale a 0,11%
das despesas previdenciárias.
·
Aposentadoria rural
Para
comprovação do tempo de trabalho para a aposentadoria rural, o governo quer
substituir a declaração do sindicato rural pela autodeclaração do segurado.
A
autodeclaração deve ser homologada por entidades públicas credenciadas no
Pronater (programa de assistência técnica na agricultura familiar).
Justiça pode
ser alternativa
Parte dos
segurados que tiveram o benefício por incapacidade cortado no pente-fino foram
à Justiça para contestar a suspensão. Se o perito da Justiça discorda da
análise administrativa, o segurado pode recuperar o benefício
·
Novo pente-fino
Quem tiver a
pensão por morte cortada pelo INSS também poderá recorrer ao Judiciário.
·
Juizado
Para ações
de até 60 salários mínimos, é possível ir ao Juizado Especial Federal. Neste
ano, o limite passou a ser de R$ 59.880,00.
·
Vara
Processos
com atrasados acima de 60 mínimos devem ser iniciados em uma vara
previdenciária.
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