O Dia Internacional da Mulher atualmente é celebrado em 08 de março.
Mas a ideia de destinar para um único dia para marcar a história da luta da
mulher pelos seus direitos surgiu em na Segunda Conferência Internacional das
Mulheres Socialistas em Copenhagen, através da líder alemã Clara Zetkin. A
partir de 1909 cada país instituiu um dia (entre fevereiro e março) para as
celebrações, pontuadas de manifestações e marchas clamando pela igualdade de
direitos econômicos, sociais, trabalhistas e políticos. Em 1917, trabalhadoras
russas foram brutalmente reprimidas durante uma manifestação por melhores
condições de vida e de trabalho, além de protestarem contra a entrada da Rússia
cazrista na Primeira Guerra Mundial. Em sua homenagem, o movimento socialista
instituiu a data de 08 de março (dia da principal manifestação) como o Dia
Internacional da Mulher.
Em 1955, surgiu o mito de que a
data teria se originado como celebração da luta e da greve das mulheres
trabalhadoras no setor têxtil de Nova York, ao que foram reprimidas e
incendiadas pela polícia. Alguns autores afirmam que tais fatos não ocorreram,
tendo sido apenas uma versão criada para desvincular a comemoração da história
da luta socialista (1). Oficialmente, a ONU adotou as comemorações relativas ao
Dia Internacional da Mulher em 1977.
Nos dias atuais, a comemoração desse
dia perdeu parcialmente o sentido original de luta pelos direitos de igualdade
e conquistas sociais e adquiriu um caráter festivo e comercial.
Embora não se ignore que o espaço
ocupado pela mulher no mercado de trabalho e nas universidades cresce a passos
largos, ainda estamos longe de responder aos desafios que a sociedade e (porque
não dizer) nós mesmas nos determinamos: atender de forma plena às
responsabilidades de mãe, profissional, esposa, mulher e dona de casa.
O resultado de tantas e tão
diversas exigências logicamente se traduz em insatisfação à maioria das
mulheres. Envolvidas em rotinas que compreendem dupla e até mesmo tripla
jornada, perdidas em movimentos de falso empoderamento e competindo como nunca
entre si, não se vislumbram motivos de comemoração da data que deveria ser
marcada pelos avanços e conquistas sociais.
Além dos próprios desafios
pessoais, surpreendentemente a mulher ainda precisa encarar problemas que
seriam incompatíveis com o século XXI: a equiparação salarial, maior respeito dentro
dos ambientes acadêmicos e profissionais e a busca por oportunidades em cargos
de alta hierarquia.
Nossa legislação contém
dispositivos que atuam de forma positiva no sentido de criar meios para garantir
a inserção feminina no mercado de trabalho e com rendimento equivalente ao do
homem, mas a prática reflete outra realidade.
“No Brasil, as mulheres são 41%
da força de trabalho, mas ocupam somente 24% dos cargos de gerência. O balanço
anual da Gazeta Mercantil revela que a parcela de mulheres nos cargos
executivos das 300 maiores empresas brasileiras subiu de 8%, em 1990, para 13%,
em 2000. No geral, entretanto, as mulheres brasileiras recebem, em média, o
correspondente a 71% do salário dos homens. Essa diferença é mais patente nas
funções menos qualificadas. No topo, elas quase alcançam os homens. Os estudos
mostram que no universo do trabalho as mulheres são ainda preferidas para as
funções de rotina”. (2)
Mas as mulheres que atingiram os
altos escalões das empresas, dos escritórios e dos órgãos governamentais, são
justamente aquelas que não se valem de sua condição feminina para obter
vantagens: alcançaram tal patamar pelo mérito profissional, pela competência e
capacidade de trabalho que não distingue homens e mulheres.
Nesse quadro, a prática da
igualdade de direitos entre homens e mulheres – somada ao combate à violência e
a capacitação das populações de baixa renda – pode ser uma alternativa a conduzir
a sociedade ao seu desenvolvimento saudável e sustentável. Nas empresas,
pequenas mudanças podem garantir maior segurança e conforto à mãe trabalhadora.
Na política, a mulher deve buscar garantir maiores espaços com a finalidade de
aprovar projetos importantes à salvaguarda de seus direitos de forma a garantir
um espaço mais justo.
Algumas medidas a nível social
podem ajudar: ações que estimulem a geração alternativa de renda, educação de
filhos para a igualdade, denúncia dos casos de violência e eliminação de
crenças limitantes são alguns dos exemplos.
A nível pessoal, o reconhecimento
dos próprios limites e a consciência de seus recursos, talentos e forças
pessoais podem conduzir a mulher à independência e à quebra de paradigmas,
resultando numa vida plena e repleta de comemorações.
1
– Fonte: Wikipédia
2
- Sobre a mulher no mercado de trabalho,
recomendo o artigo contido no link: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6088
3
Sobre a diferença salarial: http://www.valor.com.br/brasil/4469318/mulheres-ganham-22-menos-que-homens-no-brasil-aponta-oit
4
Dados nacionais sobre a violência contra a
mulher: http://monalysamedeiros.jusbrasil.com.br/noticias/304718274/dados-nacionais-sobre-violencia-contra-as-mulheres
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