POUPADORES PODERÃO ADERIR AO
ACORDO
O site para adesão à revisão da poupança começa a funcionar.
Os mais velhos receberão os valores primeiro.
Os poupadores
prejudicados pelos planos econômicos das décadas de 80 e 90 poderão aderir ao
acordo com os bancos para ressarcir as perdas. O site para adesão deve colocar
fim à espera de mais de 20 anos. Os pedidos para participação serão imediatos,
conforme informação do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
É pelo site que
poupadores, advogados e associações vão indicar que querem a liberação da
grana. Haverá prioridade de pagamento para poupadores mais velhos. Herdeiros e
inventariantes também podem aderir ao acordo. Comprovado que o beneficiário
tinha poupança e teve perdas na época dos planos econômicos, haverá uma análise
da documentação pelos bancos, chamada de validação e, em até 15 dias após, o
pagamento deverá cair na conta.
Valores de até R$ 5 mil
serão quitados à vista. Montantes maiores podem ser parcelados em até sete
vezes, com correção pelo IPCA. Haverá desconto dependendo do valor a ser pago.
Itaú e Santander, dois bancos que participaram do acordo, afirmam que liberarão
toda a grana à vista.
O acordo entre
poupadores e bancos foi fechado em dezembro do ano passado entre a Febraban
(Federação Nacional dos Bancos), Idec, Febrapo (Frente Brasileira pelos
Poupadores) e AGU (Advocacia Geral da União) e homologado em março pelo STF
(Supremo Tribunal Federal) neste ano.
Prazo para adesão
O prazo para adesão ao
acordo da poupança é de 24 meses. O cidadão que participar concordará com o
encerramento da sua ação. Há hoje cerca de 1 milhão de processos envolvendo
perdas dos planos econômicos. A orientação é que os poupadores entrem em
contato com seus advogados para saber se o acordo vale a pena ou não.
Para reaver as perdas
Poupadores que entraram
na Justiça com ações coletivas e individuais para cobrar as perdas geradas
pelos planos econômicos poderão aderir ao acordo. A adesão só pode ser feita
pela internet, em um site que está sendo divulgado.
Como será o pagamento
No site, além da
adesão, será possível tirar dúvidas e obter informações sobre o pagamento de
valores. Os idosos terão prioridade para receber a grana. Herdeiros,
inventariantes e quem ajuizou ações em 2016 receberão por último.
Onde obter ajuda para a
adesão
·
Ações coletivas
É preciso entrar em
contato com as associações.
·
Ações individuais
O contato é feito
diretamente com o advogado do poupador. Isso dispensa que o poupador vá atrás
de extratos bancários ou declarações do Imposto de Renda, pois essa documentação
já está com o advogado ou a associação.
·
Liberação da grana
Valores até R$ 5 mil
serão pagos à vista. Quem tem entre R$ 5 mil e R$ 10 mil receberá em três
parcelas semestrais. A partir de R$ 10 mil, o pagamento será feito em cinco
parcelas semestrais. Quem entrou na execução de ação civil pública em 2016
receberá em até sete parcelas.
·
Fique ligado
Há alguns bancos que
farão o pagamento à vista, independentemente do valor. É o caso do Itaú e do
Santander.
·
Cálculo dos valores
O saldo que o cliente
tinha na época será multiplicado por 0,04277 no caso do Plano Bresser. Por
4,09818 para o Plano Verão e por 0,0014 no caso do Plano Collor 2.
·
Pagamento terá desconto
Para fechar o acordo e
pagar a revisão da poupança, foi definido um percentual de desconto sobre os
valores. Só quem tem até R$ 5 mil para receber é que não terá desconto. Para
valores entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, o desconto será de 8%. Entre R$ 10 mil e R$
20 mil, de 14%. Para valores acima de R$ 20 mil, haverá 19% de abatimento.
·
Quando o dinheiro cai na conta
1 milhão são as ações
judiciais que cobram prejuízos nas cadernetas de poupança atingidas pelos
planos. R$ 12 bilhões é a quantidade de dinheiro que entrará na economia do
país com o acordo entre bancos e poupadores. Dois anos é o prazo de adesão no
caso das ações individuais ou civis públicas.
Entenda
Por que os planos
econômicos causaram disputas na Justiça entre bancos e poupadores? Criados para
barrar a inflação nas décadas de 1980 e 1990, os planos econômicos mudaram a
correção da poupança. Na época, os novos índices de correção eram menos
vantajosos do que os contratados. Os poupadores acusam os bancos de terem
antecipado a aplicação dos índices desvantajosos. Foram contestados
judicialmente os planos Bresser (1987), Verão (1989), Collor 1 (1990) e Collor
2 (1991).
·
Atenção
O Plano Collor 1 ficou
de fora do acordo. Nesse caso, os tribunais superiores já tinham decidido que
não houve prejuízo aos poupadores.
·
O que acontece com quem não aderir
Os poupadores não são
obrigados a aceitar o acordo. Nesses casos, o processo continuará tramitando na
Justiça.
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