REVISÃO SAI MAIS RÁPIDO
SE PEDIDO
FOR DIRETO NO INSS
Quando ir para a
Justiça
Pedir ou revisar um
benefício na Justiça é a melhor opção nos casos em que a via administrativa é
inviável. A Justiça deve ser opção quando as normas do INSS não reconheceram
direitos que já são amplamente aceitos nos juizados e varas.
Veja exemplos
- Tempo especial: para obter o tempo especial por insalubridade, o recurso judicial é
válido, por exemplo, quando o PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário) indica que há eficiência do equipamento de
proteção contra ruído.
- Auxílio-doença na
carência: só a Justiça aceita a contagem do
auxílio-doença, intercalado com contribuições normais, na contagem de carência
para a aposentadoria.
- Atenção: mesmo nos
casos em que só a Justiça reconhece um direito, é mais seguro fazer o primeiro
pedido para o INSS.
Antes de procurar a Justiça, aposentado deve tentar saber se
tem chance com um recurso nas agências.
O aposentado ou
pensionista do INSS que tem um pedido de revisão negado pode reverter a decisão
mais rápido se, antes de procurar a Justiça, recorrer à Junta de Recursos da
Previdência. De acordo com levantamento, recursos apresentados por segurados em
2018 levavam cerca de sete meses para chegar ao órgão julgador, onde podem
esperar cerca de oito meses pela conclusão, segundo especialistas. Neste ano, a
Secretaria de Previdência não informou o tempo de tramitação.
A espera é longa, mas
ainda menor do que o necessário para a conclusão de um processo judicial. Nos
Juizados Especiais Federais, onde é possível processar o INSS em ações com
atrasados calculados em até R$ 59.880 (60 salários mínimos), o tempo médio para
a baixa de um processo é de três anos e um mês, considerando casos que chegam à
segundo instância, segundo dados de 2018 do Conselho Nacional de Justiça.
A alternativa do
recurso administrativo, feito na própria Previdência, é eficiente, porém,
apenas nos casos em que já existe posição favorável do órgão acerca do que está
sendo solicitado pelo beneficiário, segundo especialista em direito
previdenciário. As instruções normativas (documentos emitidos pela direção do
INSS com orientações aos servidores) e as súmulas do Conselho de Recursos da
Previdência (compilações de decisões) são os principais “termômetros” para
saber se há chance de sucesso em um recurso administrativo. Um advogado
especializado pode ser importante.
Justiça orienta
decisões da Previdência
A Justiça também
influencia decisões tomadas pelas Juntas e Câmaras, primeira e segunda
instâncias, de Recursos da Previdência Social. Determinações feitas por meio de
ações civis públicas tendem a ser um parâmetro para orientar quem procura saber
se deve ou não buscar um recurso administrativo para obter um benefício ou a
revisão de renda.
Recorra direto nas
agências da Previdência
Quando o INSS negar um
pedido de benefício ou de revisão, muitos segurados decidem buscar a Justiça. Mas
nem sempre o recurso judicial é o mais indicado para a resolução de uma disputa
com a Previdência. O recurso apresentado diretamente ao INSS pode ser eficiente
e ainda sair mais rápido do que no Judiciário.
·
Quando vale a pena
A recomendação de
especialistas é que o segurado recorra diretamente no posto nos casos em que a
chance de sucesso é maior. Para isso, é interessante buscar direitos que já
estão reconhecidos pelas instruções normativas da Previdência Social.
Veja alguns exemplos em
que é grande a chance de conseguir a revisão ou a concessão com um recurso ao
INSS
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Carência reduzida
O tempo mínimo para ter
uma aposentadoria por idade, chamado de carência, é de 15 anos de contribuição
ao INSS. Mas essa carência pode ser menor para quem começou a contribuir até 24
de julho de 1991. O período de recolhimento exigido pode variar entre 5 e 14,5
anos.
·
Serviço militar
O período de serviço às
Forças Armadas conta para a aposentadoria. É necessário apresentar ao INSS o
Certificado de Reservista.
·
Auxílio-doença
O auxílio-doença pode
ser considerado como tempo de contribuição. Para isso, esse tipo de benefício
deve ser intercalado com contribuições normais. A regra também vale para quem
recebeu aposentadoria por invalidez. A dica é fazer ao menos um recolhimento
após receber alta do INSS.
·
Contribuição atrasada do autônomo
O trabalhador autônomo
pode pagar contribuições em atraso para se aposentar. Para pagar débitos
antigos, é preciso comprovar que o trabalho era remunerado. A exigência não é
feita para parcelas vencidas após o primeiro recolhimento como autônomo.
·
Erro na contribuição
O patrão pode errar no
valor da contribuição paga ao INSS. A falha ocorre na transmissão dos dados
para o governo. A correção pode ser feita com a carteira profissional e os
holerites.
·
Revisão do cálculo
É obrigação do INSS
oferecer o maior valor de benefício possível para o segurado. Se o cálculo for
desvantajoso, é possível pedir a revisão até dez anos após a concessão. A
carteira profissional com as anotações originais é a melhor prova para essa
revisão.
·
Tempo especial por profissão.
Até abril de 1995,
havia uma lista de profissões com risco à saúde do trabalhador. Quem atuou
nessas profissões naquela época pode ter direito ao tempo especial. Se, ao
conceder o benefício, o INSS negar esse direito, o segurado pode recorrer ou
mesmo pedir uma revisão com base na negativa do Instituto. Para isso, é
necessário comprovar a atividade por meio do registro na carteira profissional.
Dicas
·
Reúna provas
Ao analisar um pedido
ou revisão de benefício, o INSS exige provas contemporâneas, ou seja, do
período em que ocorreu a atividade. Por isso, são necessários documentos da
época do trabalho ou do recolhimento ao INSS.
·
Identifique erros
Para revisões, busque
falhas cometidas na contagem das contribuições ao INSS. Os dados estão
disponíveis no Cnis (Cadastro Nacional de Informações Sociais). Para saber
detalhes da análise do INSS, peça também o processo administrativo.
·
Testemunhas
O segurado também tem a
opção de indicar testemunhas para reforçar as suas provas. O testemunho tem
mais força se for dado por colegas de trabalho do mesmo departamento.
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Advogado
Não é necessário
contratar advogado para apresentar um recurso direto no INSS. Mas, se preferir,
o segurado pode contar com um defensor para iniciar o recurso ou a revisão.
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